
sexta-feira, 3 de julho de 2009
O regresso à medicina uninominal

segunda-feira, 22 de junho de 2009
prometemos voltar em breve
segunda-feira, 8 de junho de 2009
O que o PSD não ganhou

segunda-feira, 1 de junho de 2009
Que se decrete o dia mundial contra a abstenção

quarta-feira, 27 de maio de 2009
A levitação de Dias Loureiro

terça-feira, 26 de maio de 2009
Há esperança para os "Partidos-Movimento"?

quarta-feira, 20 de maio de 2009
Paulo Rangel e a nova teoria da representação política

sábado, 16 de maio de 2009
Manuel Alegre e a "democracia invisível"

quinta-feira, 14 de maio de 2009
Lembrei-me de Daniel Campelo

quarta-feira, 13 de maio de 2009
Que o Presidente vete a estatocracia

terça-feira, 12 de maio de 2009
A vertigem legiferante dos partidos

segunda-feira, 11 de maio de 2009
Eleições europeias e partidos de cartel

quinta-feira, 7 de maio de 2009
Financiamento partidário - uma das piores leis da nossa democracia

quarta-feira, 6 de maio de 2009
O cinzentismo do PSD (II)

quinta-feira, 30 de abril de 2009
Quando vale um "recado" do Presidente

quarta-feira, 29 de abril de 2009
Telefones grátis de cor laranja, ou rosa, ou azul

domingo, 26 de abril de 2009
A liberdade: da individualidade como elemento do bem-estar

sábado, 25 de abril de 2009
As lágrimas da nossa democracia

quinta-feira, 23 de abril de 2009
Os "independentes" e a salvação da democracia portuguesa

Parece estar encontrada a via de salvação da democracia portuguesa. Manuel Alegre tem reclamado a possibilidade de candidaturas independentes à Assembleia da República. Para ele, será uma excelente fórmula para regenerar os partidos e, com eles, a nossa democracia. De vez em quando surgem miragens deste tipo. Propostas de fórmulas salvifícas das degenerências da partidocracia sem reclamar remédio verdadeiro para a doença. Durante 25 anos discutimos (discutiram e decidiram os partidos) a abertura de candidaturas independentes às autarquias. Em 2001 e em 2005 isso já foi possível. Melhorou a democracia portuguesa? Não. Piorou, e muito. Melhoraram os partidos? Não. Pioraram, e muito. Melhorou a cidadania? Não. Independentemente das questões técnicas associadas à solução de Alegre (que são muitas e complexas) a questão substantiva a discutir é se tais candidaturas serão recomendáveis. Quanto a mim, não são. Não pela sua natureza. Não pela sua bondade normativa ou valorativa. Mas porque nunca resolverão o problema que teoricamente pretendem resolver. Nenhuma candidatura independente (mesmo que poucos saibam o que significa ou implica) tem capacidade de mudar o funcionamento de um qualquer sistema político, de um qualquer sistema de partidos, de um qualquer partido... nem que seja português. Se os partidos não decidirem renovar-se não serão estas candidaturas que os farão renovar. E se for para renovar tal como muitos dos exemplos conhecidos nas autarquias locais, então que não sejam, nunca, permitidas.
A democracia não se faz com fórmulas deste tipo. Podem "soar" bem, mas têm pouca ou nenhuma utilidade.
quarta-feira, 22 de abril de 2009
Jorge Miranda - um verdadeiro homo cívicus

terça-feira, 21 de abril de 2009
A essência de uma entrevista e as voltas que um recado dá

O "Parlamento dos Murmúrios" - não há eleições europeias

sexta-feira, 17 de abril de 2009
O Dr. Luís Filipe tinha os números
Elefantes, bebidas energéticas e SMS - ou a cidadania intermitente

quinta-feira, 16 de abril de 2009
As eleições e o povo semi-soberano

quarta-feira, 15 de abril de 2009
"Nós europeus" e o fecho do "buraco negro"

segunda-feira, 13 de abril de 2009
O cizentismo do PSD

sexta-feira, 3 de abril de 2009
Apelo a todos os "homens civivos"

quinta-feira, 2 de abril de 2009
Eleições 2009 - vale a pena
quarta-feira, 1 de abril de 2009
Quantos eleitores somos? os números que não "batem certo"
- De acordo com o mapa de eleitores publicado em Diário da República estariam inscritos (vamos utilizar números redondos) 9,7 milhões de eleitores.
- Consultando os dados do INE, a população residente (RGP) em 2007 é de 10, 6 milhões, sendo a população estimada entre os 0 e os 17 anos de 2 milhões.
- Logo, o saldo da população eleitora é de 8,6 milhões. Ora se no RE temos 9,7 milhões de eleitores e no INE temos 8,6 milhões, mesmo que retiremos os inscritos nos círculos da emigração (207 mil) temos uma diferença de 890 mil eleitores. Como explicar esta diferença?
terça-feira, 31 de março de 2009
Abstenção afecta interesses de Portugal na UE
segunda-feira, 30 de março de 2009
Partidocracia e independentocracia
Do que conheço do assunto (muito porque o tenho estudado - Meirinho Martins (1997), As eleições autárquicas e o poder dos cidadãos, Vega; Meirinho Martins (2003), participação política e grupos de cidadãos eleitores, um contributo para o estudo da democracia portuguesa, ISCSP; Meirinho Martins (2004), participação política e democracia - o caso português, ISCSP), arrisco a afirmar que não há espaço para a emergência de candidaturas genuínas de cidadãos independentes aos executivos municipais, tal como o fenómeno - o passado e o previsível - não representa o fim da partidocracia nas autarquias.
Há muitas razões que ajudam a compreender a falta de autenticidade do fenómeno: ausência de uma cidadania activa, características do poder local, lógicas de acção dos executivos municipais, etc. Julgo que a causa-mor desta falta de autenticidade prende-se com os efeitos do tradicional fechamento da classe política partidária. Historicamente o poder local foi (e ainda é) espaço de afirmação de micro-partidos (dentro dos partidos), de lideranças -muitas vezes erráticas - que funcionam como lojas de conveniência dos partidos, ao mesmo tempo que essas lideranças foram reforçando o seu capital social e político em terrenos de difícil acesso às máquinas centrais dos partidos. Quando estas máquinas sucumbiram à abertura de novos espaços de competição política (i.e. candidaturas independentes às autarquias), da forma como o fizeram, permitiram que a futura criatura matasse o seu criador. No fundo, os partidos abriram portas aos únicos actores que reúnem condições efectivas de competição local: os seus próprios autarcas. As tentativas de moralização da acção política local ou de renovação interna fizeram o resto. Autarcas com elevado capital político, libertaram-se dos partidos (por exclusão ou por opção própria) e surgem a concorrer, quais "independentes disfarçados" contra os seus criadores. Ora, uma estrutura de oportunidades de participação que é ocupada desta forma deixa muito pouco espaço à emergência de qualquer movimento genuíno de cidadãos. Simplesmente, nenhum movimento desta natureza consegue competir com poderes implantados durante décadas nos espaços locais.
Quanto à segunda questão, há boas razões para prever (como já demonstrado) que este fenómeno (mesmo que genuíno fosse) não representa o fim da partidocracia nas autarquias. É que a realidade já demonstrou o surgimento de uma nova partidocracia: a "independentocracia". Até à data, a larga maioria das candidaturas vencedoras representam uma espécie de partidos sem líder, sem organização, sem hierarquia, sem estrutura, sem fiscalização, mas, nem por isso menos associados aos males da expressão "partidocracia". Se o fenómeno se generalizar, bem podemos assistir (ao nível local) a uma progressiva substituição da democracia de partidos por uma "democracia civil", ocupada por "partidos de um homem só" e que trarão à democracia portuguesa mais males do que remédios.
Voltaremos ao assunto.
sexta-feira, 27 de março de 2009
"Independentes" nas autarquias - entre o taticismo e o disfarçe
Independentes genuínos: espécie rara... dependem de si e do eleitorado e não se declaram independentes por oposição aos partidos;
Independentes tácticos: têm uma concepção táctica da política e usam o rótulo para valorizar a sua acção como boa, isenta dos pecados e das desgraças dos partidos (defendem a ideologia dos independentes);
Independentes disfarçados: disfarçam-se de independentes uma vez que mantêm uma relação forte com os partidos (são uma espécie de pontas de lança dos partidos, vão e voltam, entregam e recolhem o cartão em função das circunstâncias);
Independento-partidários assumidos: (o nome é impronunciável) assumem as duas condições, respeitam o partido mas querem que o partido respeite a sua independência...pugnam pela sua liberdade mesmo que inscritos e com responsabildiades nos partidos;
Independentes forçados: por força do incómodo que causaram aos aparelhos partidários afastaram-se por força dos seus pecados ou foram convidados gentilmente a sair ou nunca mais foram convidados a ficar;
Dependentes: sujeitam-se às regras dos partidos, seguem as instruções dos líderes, não falam quandoe como querem (mesmo assim não o fazem de forma passiva - partilham de uma dependência moderada);
Hiperdependentes: aceitam o peso e as determinações da máquina partidária que reconhecem como superior comandante dos seus destinos. São acríticos e altamente condicionados pelo colectivo partidário.
Na experiência portuguesa de 2001 (câmaras municipais) mais de metade das candidaturas integraram a categoria de "independentes-forçados" e as restantes incluem-se na categoria de "independentes disfarçados".
Veremos o que aconteçe em 2009. Tenho esperanças de dar utilidade à primeira categoria....
quinta-feira, 26 de março de 2009
Isaltino Morais - Um "homo civicus exemplar"
A justificação dada por Isaltino Morais roça a mais elevada indigência democrática no plano da ética pública - para não maçar com outros planos - e prova como um edil (eventualmente exemplar) pode representar um exemplo do pior dos cidadãos. Um exemplo de "homo civicus" a não seguir por ninguém.
PS: as declarações de Isaltino Morais permitem perceber muito do que já sabemos sobre questões do financiamento dos partidos e das campanhas eleitorais. Eis uma matéria que retomaremos em futuras reflexões civicas.
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Meirinho