segunda-feira, 13 de abril de 2009

O cizentismo do PSD



Vi o mais recente cartaz de Manuela F. Leite emersa no slogan "política de verdade" na Beira Alta. O sol primaveril daquelas terras não iluminou o cizentismo da peça. Ela cinzenta. O fundo cinzento, ou azul escuro, ou preto, dependendo da distância com que se vê. Olhado mais de perto é cinzento, mais próximo é azul escuro, mais distante é preto. Tal como o partido, mais de perto ou mais de longe não ultrapassa o cizentismo. Acordou tarde para a sua "política de verdade", tal como tarda em apresentar candidatos às próximas eleições europeias. Pelo que se sabe, serão conhecidos no timing definido por Ferreira Leite (FL). Nunca por imposição ou conselho de qualquer "agência criadora de inverdades". A menos de dois meses das eleições europeias pouco ou nada se sabe do que pensa o PSD sobre o assunto. Esperamos para saber...eventualmente no timing de FL. O que sabemos (eu sei...e até posso estar enganado) é que FL acordou tarde para o mundo da comunicação política. Por defeito ou feitio da própria isso pode-lhe ser fatal. A ela e ao partido.


7 comentários:

  1. A mim, é outra a dúvida que se me levanta em relação ao cartaz.

    A duvida prende-se com o Slogan "Política de Verdade". Ora sendo que toda a campanha está assente na verdade, em contraponto à mentira de Sócrates, não deveria ser: " A POLÍTICA DA VERDADE"??? Isto porque, toda a política, é politica de verdade, quer eu concorde ou não com ela. Agora nem toda a política é, a Política da Verdade. Ou será que a Dra.MFL considera que até ela chegar a lider do PSD não existia em Portugal, Política de Verdade, que era uma espécie de política.

    Apesar de ser uma dúvida terminológica, poderá fazer toda a diferença na mensagem que se pretende transmitir.

    Peço desculpa pelo incómodo.

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  2. Bem visto. Eis mais uma prova do cizentismo comunicacional de MFL e do actual PSD.

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  3. O cartaz pode ser interpretado neste sentido: "tomem lá uma mão cheia de verdade". Assim, não penso que tenha sido mal pensado o slogan. Isto para responder ao primeiro comentário.

    Na realidade, com tamanha falta de ideias, resta a MFL jogar a carta da verdade, pois não tem muitas outras na manga.

    De qualquer forma, essa campanha da verdade (será?) terá grandes perigos. Isto porque o PS encarregar-se-à prontamente a exigir uma clarificação do que é mesmo a verdade (com números, responsabilização por governação do PSD, etc) e será posta a nu a inverdade da campanha. Na teoria, uma política de verdade pode ser compensadora. Na prática (em Portugal), não penso. Mas o futuro a deus pertence...

    Professor,

    Aconselho-o a visitar (caso não conheça) o blogue www.corporacoes.blogspot.com. É muito interessante (inclusive do ponto de vista académico...). Limita-se à defesa do governo, dizendo aquilo que muitas vezes este não pode dizer publicamente. Sobre a oposição, é duro e muitas vezes pertinente, concorde-se ou não com a totalidade do que é escrito.

    Parabéns pelo seu blogue,

    Filipe

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  4. Verdade? Sim, a cinzenta verdade é que não existe futuro de Portugal nas mãos de MFL que não seja soturno,apagado, ao velho estilo do Estado Novo; dessa forma de governar um país em luto, dissolvendo parlamentos e coisas do género.

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  5. Ao amplifikador human:

    Previsões de crescimento do BP -> -3,5%

    Se é este o mundo risonho proposto pela democracia...

    Medina Carreira apresentou há tempos um gráfico esclarecedor sobre as taxas de crescimento durante o período "obscuro" e aquelas do período iluminado. Há uma diferença abismal. Estado Novo bate aos pontos a democracia.

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  6. é triste termos que discutir a politica em termos do estético e do matketing. realmente vivemos na sociedade do espetaculo como profetizou guy debord.

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  7. Ninguém, e de certo a começar por Medina Carreira, quer voltar a ter crescimento ao preço a que se teve durante esse regime. Medina Carreira assertivo, conciso, politicamente incorrecto que até agora considero e estimo como livre pensante, de certo não terá feito essa comparação como apologia do modelo, porque sendo assim, seria irresponsabilidade pura escamotear as condições desumanos que todos (dentro e fora destas fronteiras de 1975) fizeram para suportar o "cizentismo". Que nunca mais volte ... se assim for, farei tudo para derruba-lo. É das poucas situações que encaro os extremos como hipótese de reivindicação e luta.

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