quinta-feira, 30 de abril de 2009

Quando vale um "recado" do Presidente

Cavaco Silva pediu que os partidos que não exagerassem nas despesas eleitorais nas próximas campanhas. Pediu bem. Os valores destas despesas (as declaradas) aumentaram de forma muito significativa após a mudança do paradigma de financiamento dos partidos e das campanhas, que passou, em 2003, de misto para público. Em média, na última década, cerca de 70% das despesas eleitorais são suportadas pelos impostos.
Que influência teve o pedido do Presidente? Veremos. Temo que pouca ou nenhuma. Pelos valores dos orçamentos de campanha para a eleição ao PE, o conjunto dos partidos prevê gastar quase 8 milhões de euros (o orçamento dos cinco maiores partidos atinge os 6,7 milhões de euros). Ora este valor é cerca de 80% superior ao total das despesas eleitorais dos partidos registadas na eleição para o PE de 2004. O Presidente pede moderação. Os partidos sobem a parada para quase o dobro.
Afinal quanto vale o "recado" do Presidente?. Vale pouco. Isto porque mesmo que os partidos só gastassem o valor previsto nas subvenções públicas para a campanha ao PE (4,3 milhões de euros) já seria muito mais do que foi dispendido em 2004. Como não se espera que o façam, o recado do Presidente de pouco ou nada vai valer. Isto porque o recado devia ir para a revisão (séria) do modelo de financiamento dos partidos e das campanhas.

1 comentário:

  1. A confirmar-se o orçamento do MPT não será de desconfiar o valor por eles apresentados? (http://ultimahora.publico.clix.pt/noticia.aspx?id=1377568).
    Embora coligados com o movimento europeu "Libertas" não será de estranhar tamanho valor para um partido com a dimensão e as perspectivas eleitorais do MPT?

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