Cavaco Silva pediu que os partidos que não exagerassem nas despesas eleitorais nas próximas campanhas. Pediu bem. Os valores destas despesas (as declaradas) aumentaram de forma muito significativa após a mudança do paradigma de financiamento dos partidos e das campanhas, que passou, em 2003, de misto para público. Em média, na última década, cerca de 70% das despesas eleitorais são suportadas pelos impostos.
Que influência teve o pedido do Presidente? Veremos. Temo que pouca ou nenhuma. Pelos valores dos orçamentos de campanha para a eleição ao PE, o conjunto dos partidos prevê gastar quase 8 milhões de euros (o orçamento dos cinco maiores partidos atinge os 6,7 milhões de euros). Ora este valor é cerca de 80% superior ao total das despesas eleitorais dos partidos registadas na eleição para o PE de 2004. O Presidente pede moderação. Os partidos sobem a parada para quase o dobro.
Afinal quanto vale o "recado" do Presidente?. Vale pouco. Isto porque mesmo que os partidos só gastassem o valor previsto nas subvenções públicas para a campanha ao PE (4,3 milhões de euros) já seria muito mais do que foi dispendido em 2004. Como não se espera que o façam, o recado do Presidente de pouco ou nada vai valer. Isto porque o recado devia ir para a revisão (séria) do modelo de financiamento dos partidos e das campanhas.
A confirmar-se o orçamento do MPT não será de desconfiar o valor por eles apresentados? (http://ultimahora.publico.clix.pt/noticia.aspx?id=1377568).
ResponderEliminarEmbora coligados com o movimento europeu "Libertas" não será de estranhar tamanho valor para um partido com a dimensão e as perspectivas eleitorais do MPT?